TIRO NA ÁGUA
O Legislativo osoriense teve sua primeira vez de analisar denúncia de um membro da casa e sua provável cassação, isto a poucos meses de findar o mandato. Um processo novo que anda levará mais dois meses (se o período eleitoral não atrapalhar o trabalho dos nobres edis).
Num tempo que se finda o mandato do vereador, diga-se que foi o mais votado no pleito passado e que reassumiu o cargo de secretário de Saúde logo após empossado já se vislumbrava o virtual candidato da situação e com grandes chances de vitória. Mas a pandemia fez com que os olhos brilhassem e tudo passou a reluzir e, com a expertise de um funcionário de décadas seguiu caminho tortuoso do descaminho dos recursos públicos. Pior ainda é que estas despesas vultosas induzidas para um fornecedor se torna mais grave diante da pandemia, onde todos políticos juram de pés juntos “salvar vidas”.
Estes recursos, mau investidos, poderiam ter potencializado a UTI do Hospital São Vicente de Paulo acrescentando mais leitos e até evitando a falta de medicamentos para a operação dos leitos já existentes. Além disso, também evitaria que a região ficasse classificada por tanto tempo em bandeira vermelha que penalizou o comércio e atividades profissionais.
Considerando o momento, o crime cometido poderia ter salvado vidas, propiciado abertura das atividades econômicas e evitando o colapso financeiro das prefeituras da região, já que vinham tendo poucos recursos.
A abertura do processo investigativo e também de cassação do vereador ocorre quando este já está finalizando seu mandato, o que não corrige e não possibilita a recuperação das vidas perdidas e do enfraquecimento da economia da cidade, já eu este foi o comando para o combate à Covid na cidade.
Mas também há o processo criminal a ser instaurado pela promotoria pública realizando a “lavajato” da república osoriense e que se for efetiva poderá vir a reaver parte dos recursos ainda em poder dos envolvidos. E há ainda muito a ser investigado. O prefeito Abrahão confiou demais em seus assessores depois de dois mandatos em que foi elogiado pela comunidade pelos investimentos realizados, além do esforço de estar a frente da administração mesmo estando debilitado em sua saúde.
A realização da CPI e do processo de cassação do vereador Emerson será como um tiro na água, pois em nada vai contribuir para o ressarcimento dos cofres públicos, além o fato de que demonstra que nossos vereadores deixaram de cumprir a missão de fiscalização do Executivo. Também serve de lição para os eleitores que elegeram a maioria do Legislativo ligada umbilicalmente com o Executivo e que nada contribui se o eleito não tem capacidade para analisar dados e ouvir a comunidade e os funcionários municipais.
Tal ação do vereador e ex-secretário deve servir de alerta aos eleitores sobre as escolhas na hora de votar e muito mais da importância de comparecer às urnas em novembro ciente de que estes é que poderão gerar o progresso ou o atraso da cidade.