Secretaria de Saúde não encontra bactérias em amostras de picolés suspeitos de causar intoxicação

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul concluiu na semana passada a análise feita em amostras de picolés suspeitos de causar intoxicação em mais de 200 pessoas em cidades do estado. Segundo a pasta, não foi detectada a presença de microrganismos. As amostras foram coletadas pela Vigilância Sanitária Municipal de Sapiranga (região Metropolitana) na fábrica da marca Frutibom, da empresa Caliston Otoniel Oliveira, localizada na cidade.

Apesar disso, a secretaria explicou que os exames ainda são considerados inconclusivos, pois os resultados obtidos até o momento referem-se a pesquisa de algumas bactérias específicas nos produtos, as quais não foram identificadas. Algumas amostras de picolés coletadas nas residências de pessoas que tiveram sintomas durante o surto foram encaminhadas para pesquisa de vírus, no laboratório de virologia da Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ), já que o Laboratório Central do RS não possui suporte laboratorial para este tipo de análise. Segundo a Fiocruz, a previsão de conclusão da análise é de duas semanas.

O surto

O surto de intoxicação começou em Xangri-lá, na segunda quinzena de outubro. Mais de 140 pessoas procuraram atendimento médico na cidade com sintomas como náusea, vômitos, dor abdominal e diarreia após a ingestão de picolés da empresa Caliston Otoniel Oliveira, que fabrica a marca Frutibom. Todas as pessoas foram atendidas ambulatoriamente, sem necessidade de hospitalização, de acordo com a secretaria local. As cidades de Gramado, na Serra, e Sapiranga, onde o picolé é produzido, também registraram casos.

Na época, o fabricante da marca, Caliston Otoniel Oliveira, informou que não há comercialização dos picolés no Litoral Norte. De acordo com ele, os produtos são vendidos apenas em Sapiranga. “Eu comercializo o meu picolé somente em Sapiranga. Eu não sei como, o meu picolé nem sequer vai até lá (Litoral). Tenho minha produção de picolé aqui. Um mercadinho vem e compra de mim. Eu não tenho controle dos meus clientes, pra onde tão levando”, destaca. Para Caliston, o picolé não foi o responsável pela intoxicação. “Não há lógica. Eu tenho total certeza da procedência do meu picolé”, afirmou.