Ponte pênsil que liga Torres à SC deverá ser concluída até o final de 2024

Novo prazo para conclusão da obra é 31 de dezembro de 2024. - FOTO: PMPT

A construção da nova ponte pênsil que irá ligar os municípios de Torres e Passo de Torres (SC) segue dando o que falar. Inicialmente prevista para ser inaugurada até o último Natal (25/12 de 2023), a obra deveria ser concluída no último sábado (6), porém, o prazo final de conclusão acabou sendo estendido para 31 de dezembro deste ano.

Conforme a Montadora e Construtora Moreira, empresa responsável pelos trabalhos, o principal motivo do atraso é uma fissura identificada entre as escadas de acesso e a plataforma de entrada, ambas construídas em concreto. Conforme o engenheiro responsável pela obra, Douglas Pelegrini, a fissura entre as escadas de acesso e a plataforma de entrada foi causada pela presença de uma junta de dilatação entre as duas estruturas, construídas separadamente. Ele assegura que apenas o revestimento foi afetado e que será restaurado nos próximos dias.

Outro problema enfrentado durante a fase atual da obra é o fato de que os cabos que sustentam a ponte ainda não foram completamente esticados, o que resulta em uma altura menor da estrutura e tem causado o contato de embarcações com a ponte. Porém, a Prefeitura de Passo de Torres garante que todos os defeitos serão reparados antes da liberação da ponte para uso público, após um rigoroso processo de inspeção.

Após um acordo, o adiamento foi formalizado em um termo aditivo publicado pela prefeitura de Passo de Torres, em conjunto com a empresa.

OUTROS ENTRAVES

Vale ressaltar que esse não foi o primeiro empecilho durante a realização da obra. Iniciados no dia 25 de outubro do ano passado, os trabalhos precisaram ser interrompidos no final de dezembro, após pedido da Marinha do Brasil. A medida foi tomada pela Agência da Capitania dos Portos em Tramandaí, que alegou não ter recebido o projeto para análise e aprovação, o que poderia colocar em risco a segurança da navegação no Rio Mampituba. Na época, a Agência alegou estar realizando um estudo sobre as embarcações que transitam na região para prevenir possíveis colisões. A Marinha também apontou que, durante a realização da obra, também deveria haver a interdição do tráfego no Rio, o posicionamento de uma embarcação de segurança com sinalização específica, e a divulgação de ‘Aviso aos Navegantes’ nas colônias de pesca e marinas.

ENTENDA O CASO

Tudo começou após o rompimento de cabos que ligam a estrutura. O caso, ocorrido na madrugada do dia 20 de fevereiro de 2023, resultou na morte de Brian Grandi, de 20 anos, e deixou outras 16 pessoas feridas. Segundo o inquérito entregue à Justiça pela Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC), a ponte estava sem a manutenção adequada, a qual deveria ter sido realizada pela prefeitura de Passo de Torres.

O inquérito confirmou que a queda foi resultado do rompimento de um cabo de aço, porém, não apontou responsabilidades específicas pelo ocorrido. Após impasses sobre a responsabilidade da ponte, finalmente foi definido que a obra seria realizada pela prefeitura de Passo de Torres, em parceria com o Governo catarinense, tendo investimento de pouco mais de R$ 700 mil.

Cabos da estrutura se romperam causando morte de jovem e deixando outras 16 pessoas feridas. – FOTO: CBM