Cerca de 1,3 mil caminhoneiros autônomos estão parados desde terça-feira, noPorto de Rio Grande. A maioria, segundo o sindicato da categoria, protesta contra o descumprimento da tabela de frete. Empresas transportadoras não estariam cumprindo o reajuste de 12% no transporte de contêineres e cargas gerais, firmado em fevereiro deste ano. Mais de três reuniões ocorreram até a manhã de sexta-feira, mas não houve acordo.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Rio Grande (Sindicam), Flávio Rosa, as empresas transportadoras querem acabar com a tabela de frete. Os caminhoneiros alegam que só voltarão ao trabalho com o cumprimento do acordo.
A paralisação já causa desabastecimento em indústrias do Estado. É o caso de uma fábrica do setor têxtil em Sapucaia do Sul. Segundo a direção, 90 toneladas de matéria prima importadas da Turquia e da Alemanha estão paradas no Porto. Desde terça-feira, pelo menos 300 dos 600 funcionários estão sem o que produzir.
De acordo com o Sindicam, caminhoneiros de Camaquã e São Lourenço estão chegando a Rio Grande para integrar o movimento. A Via 1 – principal ponto de manifestação dos trabalhadores – dá acesso aos terminais retroportuários. Segundo os manifestantes, nenhum caminhoneiro é impedido de chegar ou sair com cargas.
Na tarde de terça-feira, uma empresa pediu a escolta de 24 caminhões que estariam trancados na Via 1. A Brigada Militar e a Polícia Rodoviária Federal foram acionados, mas os motoristas não quiseram deixar o pátio da empresa. Sessenta e cinco empresas transportadoras possuem escritório em Rio Grande.