GERALSAÚDE

FURG lança guia sobre mães d’água e caravelas do Litoral gaúcho

Guia mostra quais são as principais espécies, as mais perigosas, quais são inofensivas, o que fazer e o que não fazer em casos de acidente. – FOTO: Divulgação

A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) lançou um Guia onde fala sobre as águas-vivas (mães-d’água) e caravelas portuguesas, animais cada vez mais comuns nas praias do Litoral Norte gaúcho e que causam transtornos aos veranistas que passam pela região, sendo o local com maior incidência de acidentes com espécies tóxicas de águas-vivas, em todo o país.

O trabalho foi organizado pelo professor do Instituto de Oceanografia (IO) da FURG, Renato Nagata, em parceria com professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus Botucatu (SP); do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar-USP); e alunos do Laboratório de Zooplâncton do IO-FURG.

O projeto envolve o Instituto de Oceanografia da FURG, que produziu o material, e o Projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (Peld-Elpa), responsável pela produção e divulgação. O material pode ser conferido no link: www.furg.br/arquivos/Noticias/2021/Pesquisa-e-Inovacao/03-01-2022-um_guia_sobre_mes-dgua_e_caravelas_do_litoral_gacho-furg.pdf

O guia mostra quais são as principais espécies, as mais perigosas, quais são inofensivas, o que fazer e o que não fazer em casos de acidente. Com uma linguagem acessível e que busca traduzir questões científicas envolvendo a biologia desses animais ao público leigo, o material é direcionado a toda a população que irá aproveitar as praias do Estado neste verão, bem como os salva-vidas que são diretamente afetados quando esses animais geram surtos de acidentes em banhistas.

A PESQUISA – Um estudo realizado por pesquisadores da FURG e Unesp relatou mais de 250 mil acidentes envolvendo esses animais no Litoral gaúcho entre 2017 e 2019, quantificados pelo Corpo de Bombeiros. Porém, segundo dados do guia recém-lançado, o número real deve ser bem maior, devido às subnotificações.”O animal não é agressivo, essas incidências são resultado da presença do animal nessa época do ano, que acabam tendo muito contato com os banhistas”, afirma o professor Renato Nagata.

O possível aumento de incidentes pode ser atribuído a fatores de degradação dos oceanos, como o aumento da poluição, da pesca predatória e expansão das áreas com baixa concentração de oxigênio, que matam os predadores naturais das águas-vivas, como tartarugas e peixes. Além disso, o aumento da temperatura nos oceanos, em decorrência das mudanças climáticas, tende a favorecer a reprodução desses organismos.