Após mais de 10 anos sem ser realizada, as Cavalhadas voltaram a acontecer em Santo Antônio da Patrulha no último domingo (17). Uma das mais importantes tradições da cultura e folclore patrulhense, o evento reuniu mais de três mil pessoas no Parque do Sindicato Rural durante a encenação da Batalha entre mouros e cristãos.
A retomada desta tradição foi resultado de um trabalho que se iniciou em 2022, com a criação da Comissão Municipal de Folclore. Desde então, a Comissão, juntamente com a Secretaria Municipal da Cultura, Turismo e Esportes (SECTE), passou a promover ações no sentido de mobilizar a comunidade, incluindo o reconhecimento das Cavalhadas como Patrimônio Cultural de SAP, culminando na realização do espetáculo.
Bastante emocionado, o prefeito de Santo Antônio, Rodrigo Massulo, ressaltou a importância da retomada das Cavalhadas: “Se meu mandato terminasse hoje, eu poderia encerrar com uma sensação de orgulho e de retomada da autoestima da nossa cidade. O retorno das Cavalhadas é mais do que a simples revitalização de uma tradição. É um renascimento, um momento de renovação e orgulho para nossa comunidade. É o resgate de uma parte essencial de nossa identidade coletiva, que agora volta a brilhar em meio ao cenário cultural de nosso Estado”, declarou o prefeito patrulhense.
O evento foi promovido pela HC Produções, tendo financiamento do Pró-Cultura, do Governo do Estado, com apoio da prefeitura de Santo Antônio. Além disso, as Cavalhadas contaram com os seguintes patrocínios: Guimarães Alimentos, De Mello e Arroz Massulo.
CAVALHADAS
As cavalhadas são representações teatrais com base na tradição europeia da Idade Média. No século VI, Carlos Magno, um guerreiro cristão, batalhou contra os sarracenos, de religião islâmica, pela defesa da região Sul da França. A Batalha de Carlos Magno e os 12 pares da França é o grande centro das cavalhadas.
Instituídas pela Rainha Isabel, de Portugal, motivada por novos conflitos religiosos, as Cavalhadas representam a luta entre os cavaleiros vestidos de azul (cristãos) ou vermelho (mouros), armados de lanças e espadas. A nobreza é representada por reis, príncipes, embaixadores, etc; todos muito bem fantasiados com roupas de época. Os outros personagens mascarados representam o povo. No final, os cristãos vencem os mouros, que se convertem ao cristianismo.
