Depois da forte alta em 2015 e de um certo alívio em 2016, ganham força as previsões de que a tarifa de energia elétrica ficará mais cara mesmo em 2017. E em 2018 também. A pedido da Rádio Gaúcha e blog Acerto de Conta$, a TR Soluções fez projeções para as distribuidoras do Rio Grande do Sul.
Para CEEE, o consultor Paulo Steele prevê reajuste de 25,41% em 2017. Para 2018, aumento médio previsto de 6,5% na energia.
– Basicamente, toda essa elevação em 2017 para a CEEE é explicada pelas elevações dos custos com transmissão, que é o impacto da indenização.
Como tem reajuste no segundo semestre, a CEEE terá certamente o impacto do custo que aumenta em julho de 2017. Já a RGE e a RGE Sul (antiga AES Sul), ambas da CPFL, têm reajuste em junho e em abril, respectivamente.
Aí, Steele explica que os reajustes vão depender do resultado de uma audiência pública que está em andamento e que estabelece que a Agência Nacional de Energia Elétrica pode antecipar o repasse de custos para os reajustes.
– Em 2017, temos ao menos uma elevação excepcional. O custo relacionado ao sistema de Transmissão de Energia deve ter uma elevação de cerca de 300% em julho.
Então, se a Aneel antecipar essas elevações de custo para RGE e RGE Sul, os reajustes serão maiores em 2017 também para estas distribuidoras.
– Nossa expectativa são de reajustes para os consumidores em baixa tensão de 3% para clientes da RGE Sul e 9% para a RGE em 2017. No entanto, para 2018, teríamos para os consumidores em baixa tensão de -0,5% para a RGE Sul e +0,6% para a RGE.
Mas se a Aneel não antecipar, o acumulado de dois anos ficará ainda mais pesado para o consumidor.
– Se a Aneel não antecipar, os reajustes para os consumidores em baixa tensão devem ser de -7% para a RGE Sul e +0,5% para a RGE em 2017. Só que, para 2018, teríamos para os consumidores em baixa tensão +20% para a RGE Sul e +16% para a RGE.
RGE Sul e RGE não serão tão impactadas em 2017 por essa alta nos custos com a transmissão devido à queda de 25% de um encargo setorial, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). CEEE já repassou parte desta redução.
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Previsão da Aneel divulgada pelas agências de notícias nesta terça-feira aponta que indenização a transmissoras pode causar alta média de 9% nas tarifas de energia elétrica em 2017. Entre 2017 e 2024, consumidores terão que pagar cerca de R$ 65 bilhões pela conta de luz.
É dinheiro que o governo deve às concessionárias de transmissão de energia. Serve para compensar investimentos feitos nas linhas de transmissão antes de 2000, mas que ainda não tinham sido totalmente pagos via tarifa. O pagamento tinha que ter começado em 2013, mas foi atrasado e, então, R$ 35 bilhões referem-se à atualização do valor. Têm direito concessionárias que aceitaram renovar concessões em 2012 dentro do plano lançado por Dilma Rousseff para baratear as contas de luz.