EDITORIAL

DROGAS UM MAL PRESENTE

O Brasil é conhecido pelo mundo como a rota da maior parte das drogas que circulam pelo mundo afora. Nossos portos e aeroportos cada dia descobrem mais situações inusitadas que o grande narconegócio se utiliza para atender ao mercado cada vez maior no Brasil e no mundo. Este mal cresce justamente por que há consumidores e um exército sob o domínio do poder que o tráfico exerce. O volume de dinheiro envolvido nestas operações com drogas não tem limite e os barões do tráfico sabem que o dinheiro corrompe e dá poder.

As ações integradas entre países têm obtido resultados, mas se acredita que para cada mil quilos apreendidos duas e até mais vezes mais, chega ao seu destino.  Para que este mal cruze fronteiras pode ter a influência de poderes legitimamente constituídos. Se tem poder sobre pessoas da segurança pública, juízes, Exército, muito mais ainda sobre empresários mesmo correndo o risco que a ação nefasta oferece. Milhares de jovens, até mesmo crianças estão a serviço do tráfico no Brasil, os aviõeszinhos como chamados. Assim cada vez mais cedo surge uma nova era do tráfico que se renova, se atualiza e se articula para aumentar suas vendas e seus lucros bilionários. O Rio de Janeiro e seus morros já são dominados pelo tráfico e dividem o poder com as milícias para a “proteção” dos seus e das famílias que o Estado se omite em prestar seus serviços básicos e espalhar a cidadania. Não longe disto está São Paulo, berço de onde surgiu o PCC e que se ramificou pelo país todo seja pela distribuição, aquisição, venda e “importação”. Algo que saiu de onde deveria nunca ter sido criado, nas penitenciárias paulistanas.

Enquanto o governo busca sugar o povo de todas as classes com mais e mais impostos caríssimos, esquece do seu principal objetivo e mote de campanha: segurança, saúde e educação. Infelizmente que tem cuidado disto é justamente quem não deveria, o narcotráfico. Estes mesmos traficantes também criaram seus códigos penais, sua constituição e a sua “democracia”. Neste meio, o bom traficante é guindado a postos de comando por méritos, muitas vezes por ter conquistado um reduto de uma facção contrária.

Enquanto isto, o povo de bem recebe um “calabouço fiscal”, mais impostos a pagar, menos assistência médica e hospitais, menos escolas (onde as Univesidades são campos abertos às drogas) e na segurança a proposta de desmilitarizar as polícias militares e até mesmo o Exército, buscando criar um reduto policial para se auto protegerem deles mesmos.

Não estamos muito longe destes problemas todos, mesmo residindo no extremo do país. Já somos vistos com o portal de entrada de armas e de drogas e o nosso Litoral Norte tem sido o ponto de passagem para o resto do país, seja por cargas em veículos de passeio ou caminhões. Isto quando o próprio litoral tem seu próprio centro de distribuição.

As apreensões frequentes da Brigada Militar e da Polícia Civil e, também pelo aumento de homicídios, denotam o quanto a região vem sendo utilizada pelo narcotráfico para suas operações, e que estão sob forte ataque entre grupos opostos do tráfico. Nas prisões realizadas não há nenhuma discriminação de gênero, raça, credo e até mesmo de faixa etária, pois neste exército do mal todos que ali gravitam sabem dos riscos, das leis e dos perigos à saúde de quem consome, mas mesmo assim a imposição praticada pela facção “convincente” e que somente há uma porta de saída que pode terminar com a morte do operador.

As forças policiais infelizmente fazem o serviço de “lavar porco”, pois quanto mais tiram das ruas e passam pelo sistema judiciário, logo estarão novamente nas ruas como se nada tivesse acontecido e retornando ao meio de onde foi retirado. A lei é mais rigorosa e eficaz quando se maltrata um animal do que a que o animal homem maltrata a própria raça. Mas muito pior do que tudo isto e ver o país se afundando no narcotráfico, com poderosos defendendo filhos que são os financiadores desta roda que gira bilhões e que gera bilhões de recursos públicos gastos com pouca ou nenhuma efetividade para atingir o epicentro do problema. Nem mesmo uma Lava Jato sobre o assunto daria fim a esta sujeira que corre nos bastidores do poder.

Precisamos acreditar na segurança pública e auxiliar para que cada vez mais se consiga eliminar estes focos nefastos que estão a consumir com a juventude do país e com a tranquilidade da nação.

Todo trabalho de apreensão deve ser elogiado e incentivado para que aqueles que lutam por nós nas ruas não esmoreçam diante da impotência e inanição de um Estado em putrefação. As drogas são um mal presente, mas que pode ser debelado se o Estado e a população unirem esforços para combalir esta podridão cada dia mais sistêmica.