CENTRO REGIONAL NO PASSADO
O município de Osório durante décadas foi considerado o centro regional do Litoral Norte. Emancipado de Santo Antônio da Patrulha há pouco mais de 160 anos o município veio ao longo de 50 anos perdendo parte de sua extensão territorial para a novas emancipações. Assim surgiram os municípios de Palmares do Sul, Tramandaí, Capão da Canoa, Maquiné e Terra de Areia. Mesmo assim sustentou por muito tempo a título de centro regional do Litoral Norte e também sua força política.
Neste tempo haviam serviços regionais de órgãos federais e estaduais e aos poucos forma migrando para outros municípios, como Tramandaí e agora mais recentemente Capão da Canoa. Assim ocorreu com a agência da Receita Federal que foi deslocada para Tramandaí, depois foi o Comando dos Bombeiros e nesta semana passada foi a Delegacia Regional de Polícia. Ainda permanecem a 18ª Coordenadoria Regional de Saúde, a 11ª Coordenadoria Regional de Educação, a sede da Amlinorte, o comando do 8º BPM e a Unidade Regional do DAER
Estas mudanças certamente tem muito a ver com a força política local, com a atenção dada pela Prefeitura para que estes órgãos tenham condições físicas de se estabelecerem e se manterem na cidade. No caso do Governo do Estado, a locação de imóveis para estes órgãos e subsidiárias certamente ultrapassam os 100 mil reais mensais, porque o mercado imobiliário de Osório tem um custo muito elevado, o poder público local pouco se empenha para atender carências destes órgãos para o seu funcionamento (Estado nada investe, a não ser pagar a locação e cotas de material e pessoal).
Capão da Canoa ganhou a atenção do Estado com o crescimento exponencial de sua população e certamente o poder econômico e político que está nos condomínios de Xangri-lá também assim influenciam. Tudo somado ao apoio da Prefeitura de Capão e demais poderes municipais. Este município inclusive ofuscou o brilho da “Capital das Praias” e passou a ser o centro de operações da Operação Verão e de ações do Estado, por conta das disputas políticas e da Prefeitura de Tramandaí.
Osório nesta disputa pelo título de centro regional vem perdendo terreno há muito mais tempo. O comércio em municípios como Torres, Capão da Canoa e Tramandaí tem crescido muito nos últimos anos e grande redes de lojas lá buscam seu espaço disputando com o comércio local. A praia, destino de milhares de gaúchos, tem em decorrência disso sido amplamente buscado e fazendo o comércio se diversificar e ampliar serviços na área gastronômica. Muitos osorienses buscam as praias para o seu entretenimento e lazer, e em Osório se vê eventos serem terminados e a falta de atrativos para atração de visitantes ainda está na fase do “tem grande potencial turístico” e nada desenvolve deste potencial.
Já começam a surgir os comentários de que Osório será a cidade patrulhense de hoje, parece estagnada e sua população jovem tem de “viajar” a outros municípios em busca de entretenimento.
Já não existem bailes, bailões, baladas e clubes que desenvolvam programações sociais que envolvam e atraiam jovens. Então se vê um bando de zumbis no entorno da praça da Catedral, um fumódromo junto a pista de Skate e poucas ou nenhuma opção de baixo custo ou aberta para aglutinar jovens e oportunizar entretenimento.
Osório está a se afogar sobre si, pagando o preço de gestões que desconsideraram os jovens para dar importância a asfalto sobre asfalto. A gestão municipal deve pensar para os próximos anos a reativação da cidade, sob pena de virar cidade dormitório.