EDITORIAL

Litoral em alerta

A pandemia tem variações e consequências que ainda não se pode dimensionar e que dificultam o entendimento sobre o rumo que se deve tomar nas ações preventivas. Mesmo com o tratamento precoce injetável estão ocorrendo casos com quem já recebeu as duas doses do medicamento. No caso de idosos acima de 70 anos já está sendo administrada uma terceira dose, o que nos deixa a pensar de que algo não corresponde com toda a mídia indicando altas taxas de eficácia do tratamento injetável.

Jovens que estão com seus sistemas de defesa em formação estão tendo doses deste tratamento para forçar o surgimento de anticorpos, mesmo sabendo-se que esta faixa etária é a que menos casos graves ocorre. Uma ação que não se sabe a que resultado se chegará no futuro, mas que tem ao menos reduzido drasticamente o contágio e o ingresso de pacientes em estado grave em decorrência do coronavírus.

O Litoral Norte que está se aquecendo para a temporada de veraneio e onde as expectativas é de que a pandemia venha a ser debelada antes do final do ano (coincidentemente antes ano eleitoral) começa a ter aumento de casos ativos da ação virótica. Mesmo com o índice de aplicações do tratamento já chegando em muitos casos a mais de 50% o resultado não é de todo o esperado pelas autoridades sanitárias da região e do próprio estado. É evidente que muitos se recusaram a receber este tratamento precoce e experimental, mas os casos estão mais suscetíveis justamente nos tratados.

A explicação para este aumento é que o tratamento tem curta duração e não evita a contaminação ou a sintomatologia da doença causada pelo coronavírus. Mas o mais grave é que mesmo recebendo a dose recomendada do tratamento, a regra é permanecer com os cuidados básicos de contaminação como a de qualquer vírus que ataque as vias aéreas. Muito mais com relação a este patógeno pela sua alta taxa de transmissão e seus efeitos no corpo humano. A população está relaxando os cuidados diante das notícias de queda de contaminação e casos graves que resultaram na queda expressiva de internações em leitos de UTI e de observação. Mesmo com as doses recomendadas dos diferentes fabricantes, a população deve se ater ao que se tem recomendado e que são regras simples, mas são as mais eficazes: DISTANCIAMENTO; HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS (lavagem com sabão ou uso de álcool gel 70%) e o uso de MÁSCARA (principalmente em ambientes de maior aglomeração de pessoas, mesmo em ambientes ventilados). Se todos seguissem a risca esta regrinhas básicas, até mesmo a administração do tratamento precoce injetável poderia ser desnecessário.

Tais regrinhas foram usadas quando da pandemia de H1N1, a gripe suína surgida no México. Como se tratava de um coronavírus de menor potencial de gravidade da Síndrome Respiratória se utilizou por algum tempo. Isto fez com que a “nuvem” de vírus se dissipasse e logo tudo voltou a normalidade. Assim deveria ser com este novo patógeno de ataque mais grave à saúde das pessoas.

O alerta já está feito pelo GT Covid estadual ao Litoral Norte e portando os senhores prefeitos deveriam estar alertando a população para as regrinhas básicas de forma exaustiva pelos meios de comunicação, por cartazes em cada estabelecimento comercial, por out doors nas ruas. Se assim não trabalharem não irão conseguir convencer a população da importância destes simples cuidados e de nada servirá o tratamento precoce injetável e os bilhões gastos com estes. O comércio deve se unir e também promover esta campanha na sua comunidade e juntos aos seus clientes, pois vimos no ano passado prefeitos ditatorialmente impedindo o diretos de livre circulação na beira mar onde a alta salinidade no ar já seria fatal ao patógeno, mas para estes “salvadores de vida” preferiram confinar para contaminar em grupos familiares deixando todos atônitos e muitos depressivos. O alerta já está em vigor, agora é agir para que o Litoral não venha a ser o deserto na temporada de movimento da economia da região.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".