Serviços de urgência e emergência do Litoral seguem com alta demanda

São Vicente de Paulo é um dos que mais que sofrem com lotação.

A falta de profissionais e a superlotação das emergências dos hospitais referência no Litoral Norte seguem pressionando o sistema de saúde da região. Hospitais referência estão operando acima da capacidade, num cenário que virou rotina. Um desses exemplos é o São Vicente de Paulo (HSVP), em Osório.

De acordo com o secretário municipal de Saúde da cidade, Danjo Renê, o serviço de cardiologia intervencionista está praticamente parado. “Temos pacientes aguardando 60 dias por um cateterismo eletivo. Com isso, o paciente fica ocupando leito e não liberamos o paciente porque tem eminência de morte”, afirmou. Representante do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS) do Litoral, Danjo ressalta que a remoção para pronto atendimentos é um dos maiores desafios.

Conforme o secretário de Saúde de Osório, a mudança constante de temperatura nesta época do ano tem aumento o número de pacientes com infecção respiratória, principalmente o de crianças. Segundo o secretário, somente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), recebe, por mês, cerca de 2,5 mil pacientes, o que dobrou no último mês de maio, chegando a cinco pessoas atendidas, sendo aproximadamente 40% dos atendimentos, de crianças com síndrome respiratória.

Ele ainda destacou a dificuldade do setor da regulação em garantir leitos aos usuários, uma vez que há superlotação de hospitais de Porto Alegre. No Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, estávamos com seis pacientes para serem removidos. Além disso, a sala amarela estava lotada com dois leitos a mais de retaguarda. A sala vermelha também estava lotada”, relatou Danjo. “Os pacientes ficam aguardando serem removidos para hospitais de alta complexidade da Capital. Isso acaba sendo um entrave de pacientes, que ficam esperando vários dias nos hospitais”, afirmou.

Outro ponto destacado por Danjo foi o aumento da população do Litoral, o que ocasionou uma demanda maior nos atendimentos de saúde: “Isso provocou aumento de exames, compras de exames de imagem, medicação da farmácia municipal e aumento de demandas que não tinham. Os recursos orçamentários são sempre os mesmos e os municípios vão arcando com os custos”, reforçou Renê.

OUTROS MUNICÍPIOS

A situação não é muito diferente em outros hospitais da região, incluindo o Hospital de Tramandaí, o Santa Luzia (Capão da Canoa) e o Nossa Senhora dos Navegantes (Torres). Conforme a secretária de Saúde de Torres, Suzana Machado, “os serviços de urgência e emergência sempre estão atuando no nível máximo, extrapolam 130% de capacidade, o que faz nossos prontos atendimentos e UPAs ficarem lotadas”. Nesta segunda-feira (5), o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes tinha nove pacientes, ou seja, ocupação de 90% dos leitos’, relatou Suzana. Conforme a secretária, somente em maio, o pronto atendimento de Torres registrou um total de 6.222 atendimentos. “No inverno isso piora com as crises respiratórias, que aumenta no inverno. Enfrentamos dificuldades no Litoral, porque são poucos os hospitais com oferta de leito”, completou, destacando ainda que, em alguns casos, os pacientes aguardam até 72 horas por um leito.