Projeto de Lei pretende instituir Horário de Verão

Projeto de Lei pretende instituir Horário de Verão

Mais uma vez a discussão sobre o Horário de Verão voltou a ser pauta na Câmara dos Deputados. O parlamentar Henrique Fontana (PT) protocolou uma proposta para um Projeto de Lei (PL), o qual instituiria o Horário de Verão de maneira oficial no país., discussão antiga e que surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX.

A ideia moderna do horário de verão foi proposta pelo anglo-neozelandês George Hudson em 1895 e pelo inglês William Willett em 1907. Episodicamente, foi utilizada pela primeira vez na cidade canadiana de Port Arthur, Ontário Setentrional, em 1908. Já a Alemanha e a Áustria-Hungria aplicaram-na pela primeira vez a 30 de abril de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial para poupança do carvão.

Desde os primórdios a proposta foi a mesma: adiantar os relógios uma hora durante os meses da primavera e do verão, com objetivo de economizar energia nas regiões que mais recebem luminosidade solar nesse período do ano. Normalmente, os países que adotam essa medida, avançam uma hora no início da primavera e retornam para o horário padrão (ou de inverno) no outono.

HORÁRIO DE VERÃO NO PAÍS – No Brasil, ele foi adotado pela primeira vez em 1º de outubro de 1931, por meio do Decreto 20.466, abrangendo todo o território nacional. A partir daí houve vários períodos em que esse horário não foi adotado. Porém, em 1985 ele voltou a ser adotado anualmente no país, onde ficou até 2018.

Vale ressaltar que, em julho de 2017, tramitou na Câmara dos Deputados um projeto de lei sobre o fim do horário de verão, tendo em vista a mudança no perfil de uso de energia da população brasileira. Mas, o projeto acabou não seguindo em frente.

Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto onde encerrava o ciclo do horário de verão no Brasil. Na ocasião, Bolsonaro justificou a decisão, afirmando que o adiantamento nos relógios passou a não fazer diferença em economia de energia, além de trazer males ao ciclo biológico da população.

PROJETO DE LEI – Após dois anos, a discussão segue em Brasília e divide a opinião da população que é a favor e contra o horário de verão. Segundo o deputado Henrique Fontana, a proposta do seu Projeto de Lei (PL) no 3.457/2021, pretende amenizar o consumo de energia e contribuir no combate à crise energética a partir do melhor aproveitamento da luz natural.

O parlamentar gaúcho avalia que a crise no setor e o iminente risco de racionamento de energia demonstram que foi um erro do governo acabar com a prática. “Adiantar em uma hora os relógios vai ajudar no combate à crise energética e na redução do consumo de energia, especialmente nas regiões contempladas pelo projeto onde a incidência da luz solar em relação ao horário altera significativamente o consumo de energia elétrica”, explica Fontana.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o adiantamento dos ponteiros dos relógios em uma hora provocava, em média, uma redução de 4% a 5% no consumo de energia elétrica. Além disso, evitava que o país sofresse uma sobrecarga na rede durante a estação mais quente do ano, quando o uso de eletricidade para refrigeração, condicionamento de ar e ventilação é maior.

O deputado ressalta que o Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, que fez com que o volume dos reservatórios hidrelétricos baixasse a níveis históricos, afetando diretamente a produção de energia. Mas para além disso, destaca Fontana, esta crise também foi potencializada pela falta de investimentos no setor elétrico nos últimos anos. 

Conforme o texto, o Horário de Verão passaria a valer a partir da 0h do 3º domingo de outubro e iria até o 3ºdomingo do mês de fevereiro do ano seguinte, sendo os relógios adiantados em uma hora em relação a hora legal. Além do RS, a Lei também valeria para os estados de: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

Proposta do deputado Henrique Fontana (foto) foi promulgada na Câmara.

Fotos: Divulgação