COLUNA MAURO FALCÃO

POLÍTICA – IDEOLOGIAS CORROMPIDAS

Nos últimos dias o Parlamento se movimentou para aprovação de um conjunto de projetos. Nada incomum, afinal é este o papel democrático dos políticos. Mas o que chama atenção são os bastidores do poder, aonde a preocupação social é deixada de lado. Existem diversos grupos, notadamente uma tripartição, entre direita, esquerda e centro. Neste caso, embora a divisão ideológica esteja polarizada, ela é benéfica, pois fortalece a representatividade e ainda estabelece um processo fiscalizatório nas ações do governo.

No entanto, há “ideologias corrompidas”, políticos sem ideais definidos, que navegam conforme o soprar dos ventos monetários. Historicamente sempre estão no poder, trocam de lado conforme seus interesses financistas para permanecerem aonde estão. E quanto mais correm atritos, mais ganham espaço, pois percebem que o Executivo não pode administrar plenamente sem a sua anuência. Iniciam–se assim, um ‘mega’ negócio político ou “aluguel” de mandato para garantir a governabilidade e, na medida que a medida que a tribo que lideram se expande, suas exigências se multiplicam, onerando cada vez mais os cofres públicos.

Emendas orçamentais que deveriam suprir necessidades sociais, são direcionadas para paraísos eleitorais daquele que indicou a verba, conquistando mais representantes. Por sua vez, estes prepostos também ganham capital político. Nasce desse modo novas “lideranças”, que conseguem patrocinar grupos de novos subordinados, ou seja, formam uma estrutura organizacional eleitoreira. Em outras palavras, um comando piramidal que mantém no topo aquele que “aliciou” a captação no Parlamento.

Pouco se importam com o Governo, desde que não feche a torneira financista. Veladamente, torcem para que o Executivo cometa ilegalidades, pois mais precisará de sua ajuda, encarecendo seu apoio. Compreenderam ainda que “demonstrar” solidariedade dá votos e enxergam na saúde uma forma de hipocrisia “meiga”, destinando verbas, pois é nesta esfera que estão os mais fragilizados, conquistando uma reputação de “políticos bons”. Entretanto, são explorados da dor, uma vez que os valores acabam sendo creditados como capital eleitoral, fazendo benção com o dinheiro do povo como sendo seu.

Vamos refletir sobre nossas escolhas. O melhor político é aquele que não tem medo de falar a verdade com receio de perder apoio. Aquele que não pensa na próxima eleição, mas no agora. E o agora já está sem tempo!