Pesquisadores vão realizar marcação de peixes no Litoral

Pesquisadores vão realizar marcação de peixes no Litoral

Entre os dias 12 e 13 de julho, a cidade de Torres irá receber a final do Robalo Master 2025, Campeonato de Pesca Esportiva. A competição contará com 12 participantes de quatro estados brasileiros: Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), Paraná (PR) e São Paulo (SP). A prova acontece no sistema pesque e solte, sendo a pesca realizada na modalidade de arremesso com iscas artificiais, sendo vedado o uso de iscas naturais e vivas. Ela será realizada na Marina Paulo Prates, das 8h às 14h (nos dois dias).

Paralelamente ao evento, pesquisadores do Projeto Meros do Brasil estarão realizando atividades de Educação Ambiental e sensibilização com os pescadores. Além disso, o grupo irá fazer a marcação dos Robalos pescados durante a competição. Vale ressaltar que após medição, pesagem e marcação, os peixes são devolvidos ao mar.

A coleta de dados visa contribuir com a conservação da espécie. “Os robalos não estão em extinção, mas ambientalmente são importantes porque são predadores de topo de cadeia e controlam as populações de suas presas”, justifica o biólogo Matheus Freitas, gerente de Pesquisa do Projeto Meros do Brasil, ressaltando que a espécie também é um recurso valioso para pescadores.

Conforme o biólogo, durante o evento em Torres alguns peixes receberão uma tag na cor verde para facilitar a identificação da origem ao serem encontrados novamente em outros estados. Ao longo das quatro etapas classificatórias, o Meros do Brasil já mediu cerca de 500 robalos, sendo que desses, 94 foram marcados com uma tag que possibilita acompanhar o ciclo de vida da espécie. “Por meio da marcação, é possível acompanhar o deslocamento dos robalos e também o crescimento”, disse Freitas.

ROBALO

O robalo é um peixe estuarino marinho, costeiro, de escamas, ósseo, da família Centropomidae, que sobe os rios em busca de alimentos e refúgio. Eles gostam de águas calmas, barrentas e sombreadas, e costumam ficar próximos ao fundo. A tolerância da espécie à alteração da salinidade está relacionada com o processo reprodutivo, que ocorre no encontro das águas que desaguam dos rios no mar. Os adultos do robalo-peva atingem em torno de 60 centímetros e pesam até cinco quilos, enquanto o robalo-flecha pode chegar a 130 centímetros e pesar até 25 quilos.

Segundo Matheus, além de coletar informações sobre os peixes, o papel do projeto é “dar um suporte técnico-científico ao Campeonato”. O pesquisador pontua que a ideia também é promover a troca de saberes entre ciência e pescadores, sensibilizar o público participante e difundir as boas práticas na pesca. “Este tipo de ação é denominado ciência cidadã — quando a pesquisa ocorre em forma de colaboração, envolvendo o público”, explica o especialista.

Matheus Freitas, gerente de Pesquisa do Projeto Meros do Brasil.
Matheus Freitas, gerente de Pesquisa do Projeto Meros do Brasil.

O PROJETO

O Projeto Meros do Brasil surgiu em 2002, a partir de uma demanda da sociedade civil (mergulhadores/pescadores) que começou a observar o desaparecimento dos Meros em pontos onde antes eram avistados. As ações do projeto estão voltadas para a conservação da biodiversidade da fauna e flora marinha por meio da pesquisa científica, educação ambiental, comunicação e cultura em 14 estados do país, sempre com foco no envolvimento das comunidades locais, valorizando o seu conhecimento, e toda a sociedade.

O Mero, peixe marinho que dá nome ao projeto, é uma das maiores espécies de peixes ósseos. Ele é encontrado em águas tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico, desde a Carolina do Norte, nos Estados Unidos, até o Sul do Brasil. A captura, transporte e comercialização de meros é proibida no Brasil desde 2002. Esta proteção é garantida por meio da Portaria do Ministério do Meio Ambiente (nº 148), de 07 de junho de 2022.

Espécie Mero dá nome ao Projeto.
Espécie Mero dá nome ao Projeto.

CRÉDITOS: Projeto Meros do Brasil