O Hospital Santo Antônio da Patrulha não atingiu as principais metas estipuladas no contrato firmado em outubro de 2015 entre a empresa Germann e Pechman e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A declaração foi feita pela Coordenadora da 18ª Coordenadoria de Saúde do Estado, Magda Bartikoski, durante a reunião legislativa realizada na segunda-feira, 27. Apesar do repasse de mais de R$ 3 milhões neste período, a Germann não cumpriu com o contrato assinado com o Estado em vários aspectos, obtendo um percentual de metas de 60% no que atinge a parte qualitativa e 66% da quantitativa. Isto porque, de acordo com o Fundo Estadual da Saúde, o Hospital que possui um contrato mensal de mais de R$ 481 mil, alcançou 49% das internações. Isso significa que houve 97 internações das 197 contratadas. No entanto, o dado mais alarmante, apresentado pela Coordenadora se refere ao atendimento de média complexidade, em que o Governo contrata as especialidades de traumatologia e pneumologia. Conforme o banco de dados analisado por uma equipe técnica da 18ª CRS, das 150 consultas pagas, nenhuma foi realizada, ou pelo menos, a administradora não encaminhou nenhum comprovante de atendimento. Com este valor global, o estado também custeia os serviços de oftalmologia, psiquiatria, saúde mental e SAMU. Outra informação repassada pela Coordenadora pode estar colocando em risco a saúde de muitas mulheres. O setor de mamografia obteve apenas 30% da meta. Este setor é referência para Santo Antônio, Mostardas e Caraá, porém este último município não está tendo acesso aos exames. “O aparelho é do Estado, que paga por estas mamografias globalmente, mesmo sem elas serem feitas. Por isso essa avalição é importante”. A empresa São Pietro que prestava serviço para Germann decidiu sair do hospital por falta de pagamento. Ao todo a dívida chega a mais de R$ 700 mil, até porque os exames e consultas chegavam a ser realizados, no entanto, por falta de bloco cirúrgico não eram realizados. Recentemente a administradora do Hospital anunciou uma nova empresa para assumir a oftalmologia. Segundo Magda, o Estado já exigiu o contrato firmado com a nova prestadora de serviços, a MRX, de Caxias do Sul. A Coordenadora ainda afirmou que a solicitação do contrato é para que a prestadora fique ciente que exames pré-cirúrgicos não serão mais pagos, enquanto não houver condições de serem feitas as cirurgias. “Certamente haverá cortes nas verbas, eles não receberão globalmente, mas apenas o que produzirem”, enfatizou.