Ciclone causa destruição em municípios do Litoral Norte

Ciclone causa destruição em municípios do Litoral Norte
Desde segunda-feira (27/07), agentes do Corpo de Bombeiros estão mobilizados para atenderem a população do Litoral Norte.
Desde segunda-feira (27/07), agentes do Corpo de Bombeiros estão mobilizados para atenderem a população do Litoral Norte.

CRÉDITOS: Ticiano Kessler

Entre a noite de domingo (27/07) e terça-feira (29/07) a Costa do Rio Grande do Sul (RS) e de Santa Catarina (SC) foram atingidas por um ciclone extratropical. Rajadas de ventos de mais de 130 quilômetros por hora (km/h) causaram destruição e inúmeros prejuízos por onde passaram.

Os municípios do Litoral Norte gaúcho foram os mais afetados. De acordo com a CEEE, somente na região, aproximadamente 200 mil pessoas acabaram ficando sem luz devido ao fenômeno climático, sendo a grande maioria em Capão da Canoa, Imbé, Osório e Tramandaí. Capão, inclusive, acabou decretando situação de calamidade pública após cerca de 150 famílias serem afetas diretamente. Três delas estão sob cuidado da Defesa Civil e a Secretaria de Educação do município se colocou à disposição para receber outras caso necessário. Por medidas de segurança, todas as Estratégias de Saúde da Família (ESFs) permanecem fechadas temporariamente. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) segue funcionando normalmente, atendendo casos de urgência e emergência.

Em diferentes cidades o cenário era o mesmo: placas, postes, galhos, árvores e muros caídos, fios arrebentados, prédios e imóveis destelhados, vidros quebrados, etc. O trabalho dos bombeiros e da CEEE Equatorial foi intenso para conseguir liberar ruas e estradas que estavam bloqueadas. Um exemplo foi a Ponte Giuseppe Garibaldi, que liga Tramandaí a Imbé. Um poste de metal acabou bloqueando a pista central da via.

Pista central da Ponte que liga Imbé a Tramandaí ficou bloqueada após queda de poste.
Pista central da Ponte que liga Imbé a Tramandaí ficou bloqueada após queda de poste.

CRÉDITO: Reginaldo Leal

Na prefeitura de Imbé, parte do telhado da garagem foi arrancado, danificando ao menos seis veículos. Em Osório, o telhado de um edifício no Centro da cidade foi arremessado sobre uma residência. Felizmente, ninguém ficou ferido. Ainda na região central, o prédio do Fórum teve parte do telhado arrancado. Também no Centro, o rompimento de um fio de alta tensão caído na Avenida Marechal Floriano Peixoto, em frente à loja Magazine Luiza, causou bloqueio na via. Já na Estrada da Invernada, no distrito da Borússia, foi registrada a queda de um poste de eletricidade.

Vendaval arrancou parte do telhado da garagem da prefeitura de Imbé.
Vendaval arrancou parte do telhado da garagem da prefeitura de Imbé.

CRÉDITO: Ivan de Andrade

Na ERS-030, uma placa de publicidade localizada no quilômetro 78 da rodovia ficou completamente destruída. O fato ocorreu em trecho do bairro Laranjeiras. Também na Laranjeiras, uma parada de ônibus tombou devido aos fortes ventos. O bairro osoriense, por sinal, foi um dos mais prejudicados, com moradores ficando sem luz até quarta-feira (30/07). Isso também se repetiu em outras localidades, como o Serramar, Parque Real e o Aguapés.

Vento derrubou parada de ônibus localizada no bairro Laranjeiras, em Osório.
Vento derrubou parada de ônibus localizada no bairro Laranjeiras, em Osório.

CRÉDITO: Divulgação

Em Capivari do Sul, a queda de dois postes ocasionou bloqueio em trecho da RSC-101. Já em Arroio do Sal, a estrutura montada para a 23ª Festa do Pescador no Parque Municipal de Eventos acabou sendo destruída. Um mutirão precisou ser montado para que o evento pudesse ser realizado. Ele teve início na quarta e seguirá até domingo (3), com diversas atrações. A abertura oficial ocorrerá nesta sexta-feira (1), a partir das 19h.

Parte dos estandes e do telhado do local que receberia Festa do Pescador acabou sendo destruída.
Parte dos estandes e do telhado do local que receberia Festa do Pescador acabou sendo destruída.

CRÉDITO: PMAS

Com a chegada do ciclone no mar, uma alta ressaca atingiu as praias do Litoral, sendo registradas ondas de mais de 3,5 metros de altura, com a água atingindo ruas próximas à beira-mar de Imbé e Tramandaí. Ao menos, cinco toninhas (espécie de golfinho) foram encontradas mortas nas ruas de Imbé.

Animais foram encontrados por moradores após água baixar em ruas de Imbé.
Animais foram encontrados por moradores após água baixar em ruas de Imbé.

CRÉDITO: Divulgação

Não bastasse isso, o Rio Tramandaí também subiu e avançou por alguns acessos, atingindo a Praça dos Botos e chegando a entrar em algumas residências. Passado o ciclone, a prefeitura de Tramandaí realizou uma barreira de areia provisória na Beira-Mar. Assim que o tempo firmar, será realizado um estudo para obras de contenção. O objetivo é tentar evitar que o problema se repita em novas ocasiões.

Água atingiu Avenida de Imbé, invadindo residências e estabelecimentos comerciais.
Água atingiu Avenida de Imbé, invadindo residências e estabelecimentos comerciais.

CRÉDITO: Rafael Ribeiro

A situação também foi semelhante em outras praias, como as de Capão e Rainha do Mar, em Xangri-lá. Já em Atlântida, parte da plataforma turística desabou. Segundo a Associação dos Usuários da Plataforma Marítima da Atlântida (Asuplama), a estrutura, que já estava interditada, teve cerca de 25 metros destruídos.

Antes disso, em maio do ano passado, outra ressaca já havia destruído por completo o restaurante da plataforma. Com o novo ocorrido, a estrutura, que já teve 280 metros de extensão na sua fundação (1975), conta, atualmente, com 150 metros. Também foram registrados danos significativos em várias guaritas de guarda-vidas, principalmente nas praias de Torres.

Parte da plataforma de Praia em Xangri-lá rompeu após ser atingida por ondas de mais de 3,5 metros de altura.
Parte da plataforma de Praia em Xangri-lá rompeu após ser atingida por ondas de mais de 3,5 metros de altura.

CRÉDITO: Davi Castro

Outro problema registrado na região foi a falta de água que atingiu 11 cidades, incluindo: Arroio do Sal, Balneário Pinhal, Cidreira, Mostardas, Osório (Atlântida Sul), Tavares, Três Cachoeiras e Xangri-lá. O desabastecimento só foi resolvido pela Corsan após a colocação de geradores de energia.

Já em relação a falta de luz, alguns municípios seguiam sem o serviço durante a quinta (31/07). Em Cidreira, o Procon resolveu notificar a CEEE pelas más condições da rede de energia da empresa, relatando que os problemas vêm acontecendo muito antes da passagem do ciclone. Agora a Equatorial tem até 10 dias para se pronunciar sobre a notificação e apresentar soluções para as demandas apresentadas. Caso isso não ocorra, será aberto um processo administrativo, podendo culminar em multa para a Concessionária de energia caso se comprovem as infrações.

Novos equipamentos foram instalados em 11 municípios do Litoral Norte gaúcho.
Novos equipamentos foram instalados em 11 municípios do Litoral Norte gaúcho.

CRÉDITO: Divulgação