A mancha que apareceu no último domingo (17) no Rio Perequê, entre as cidades dePorto Belo e Itapema, no litoral norte catarinense, chegou ao mar e afastou banhistas do local na segunda-feira (18). Prefeitos dos dois municípios sobrevoaram a região. Eles não chegaram a uma conclusão, mas há diversas hipóteses para o fato.
A primeira possibilidade considerada é contaminação pela emissão de esgoto nas águas do Rio da Fita, afluente do Perequê, acima dos níveis permitidos. Isso ocorreu em 2013 pela empresa que recolhe os dejetos da cidade de Itapema, a Conasa, e causou a morte de peixes. A situação não é descartada, mas também não há indícios suficientes para que ela seja confirmada.
“O que foi visto ontem com o prefeito sobrevoando o rio que realmente que a água que ta causando essa mancha no mar não é a água vinda do tratamento”, relata o diretor de Comunicação da prefeitura de Itapema, Fabio Fernandes.
Ele diz que foram identificados tanques na cidade de Porto Belo que recebem dejetos de empresas que limpam fossas que podem ter contribuído para o aparecimento da mancha no curso d’água. A situação é negada pela diretora de Licenciamento e Controle de Poluição da Fundação de Meio Ambiente de Porto Belo, Roberta Ribas Ruthner. Porém, ela concorda que não há risco de poluição na região.
“A gente não interditou a praia, ela ta normal. Ontem a gente pediu para que os banhistas ficassem mais afastados da foz do rio”, diz.
Laudo
Cada prefeitura encomendou um laudo e o resultado é aguardado para a tarde desta quarta (19) ou manhã de quinta-feira (20). O coordenador regional da Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Fatma), Arno Gesser Filho, diz que há a possibilidade de a mancha ter sido causado por questões naturais. O calor auxilia a proliferação de algas. A região também é composta por manguezais, onde há muito material em decomposição.
“A gente teve lá, fez várias incursões no rio, e percebemos que não há cheiro característico de esgoto. Mas a gente sabe que existe a presença do efluente sanitário por conta das análises de balneabilidade feitas no passado”, lembra.
Após a liberação dos resultados, um plano de ação será criado, caso a mancha tenha sido causado por poluição.