Ceclimar resgata pinguins e recolhe mais de 100 animais mortos em praias da região

Ceclimar resgata pinguins e recolhe mais de 100 animais mortos em praias da região

Pesquisadores do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do RS (UFRGS) realizaram nesta semana, um trabalho de monitoramento na Costa do Litoral Norte. A ação ocorreu na terça-feira (25/07), entre as praias de Tramandaí e Quintão, no município de Palmares do Sul.

Ao todo, três pinguins-de Magalhães foram resgatados com vida entre Cidreira e Quintão. Já na quarta (26), mais duas aves da mesma espécie foram encontradas na Beira-Mar de Capão da Canoa. Conforme os agentes, os animais estavam bastante debilitados e precisaram ser levados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram), em Imbé, onde passarão por tratamento antes de serem devolvidos ao mar.

MAIS DE 100 ANIMAIS MORTOS

Ainda durante o trabalho de monitoramento, os pesquisadores encontram 103 carcaças de animais marinhos mortos entre a Barra do Rio Tramandaí e a Plataforma de Pesca de Cidreira, sendo 97 aves, sendo 88 pinguins, além de quatro tartarugas e dois lobos marinhos.

Segundo o veterinário Derek Blaese, a ocorrência de pinguins nas praias do Litoral gaúcho costuma aumentar a partir de junho e julho. O especialista e pesquisador da UFRGS afirmou que a maioria dos pinguins encontrados mortos teriam tido contato com redes de pesca. Já em relação as outras aves mortas, a equipe está em alerta, mesmo não havendo, até o momento, nenhum caso de morte por Influenza Aviária na região.

Derek ainda ressaltou que o trabalho de monitoramento seguirá sendo realizado, em conjunto com a Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar (BM) e da Defesa Sanitária. Em caso de encontrar um animal na praia, seja vivo ou morto, o recomendado é acionar a Patram. Em Osório, ela atende pelo telefone: (51) 3601-1726.

Animais resgatados ficarão no Ceram, em Imbé, até serem devolvidos para o mar. – FOTO: Ceclimar

MONITORAMENTO

O trabalho de monitoramento do Ceclimar na Costa do Litoral Norte gaúcho acontece desde 2012, sendo que entre março de 2020 e abril de 2022 o trabalho ficou interrompido devido a pandemia da Covid-19. Todos os dados estão disponíveis por meio do link: abre.ai/paineldedados-ceclimar-mp.

Até o ano passado foram realizadas 314 ações de monitoramento, sendo percorridos pouco mais de 20,1 mil quilômetros, passando por 12 municípios (Arroio do Sal, Balneário Pinhal, Capão da Canoa, Cidreira, Imbé, Osório, Palmares do Sul, Terra de Areia, Torres, Tramandaí e Xangri-lá). Ao todo, foram registrados 20.194 animais encalhados, sendo 16.459 aves, 2.261 répteis e 1.475 mamíferos. O recorde foi registrado em 2017, quando foram recolhidos 3.073 animais. Já em 2022, o número de animais encalhados foi de 2.545, sendo 2.258 aves.

No top 10, de animais recolhidos, seis são aves. Quem lidera o ranking é o Pinguim-de Magalhães, sendo recolhidos 12.109 animais. Na sequência vem a Tartaruga Cabeçuda, sendo recolhidos 1.473 animais. Completam a lista das 10 espécies mais recolhidas nas praias da região: Bobo Pequeno (857), Lobo Marinho Sul-Americano (816), Tartaruga Verde (590), Albatroz de Nariz Amarelo (553), Pardela Preta (517), Albatroz de Sobrancelha (495), Bobo Grande (423) e Toninha (319).

OSÓRIO

Entre 2012 e 2022, o Ceclimar registrou 418 animais encalhados nas praias do município (Atlântida Sul e Mariápolis), sendo 338 aves, 40 mamíferos e 40 répteis. O recorde foi registrado em 2019, com 72 animais encalhados, sendo todas aves. Já no ano passado, foram 33 animais recolhidos, todas aves também. Assim como no Litoral, a espécie mais encontrada foi o Pinguim-de Magalhães (229). Ainda foram recolhidas outras espécies de aves, como Albatroz, Bobo e Pardela, além de tartarugas, lobo marinhos, toninhas, entre outros animais.

Tartaruga Marinha encontrada morta em praia de Osório. – FOTO: Patram