Pré-candidatos ao governo do Estado realizaram debate no Litoral
Na última semana, a cidade de Torres recebeu a Assembleia de Verão 2022. O evento promovido pela Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), contou com o primeiro debate dos pré-candidatos ao governo do Estado. Estiveram presentes: Beto Albuquerque (PSB), Ciro Simoni (PDT), Edegar Pretto (PT), Luiz Carlos Heinze (Progressistas), Luiz Carlos Busato (União Brasil), Marco Della Nina (Patriota), Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) e Roberto Argenta (PSC),
Além deles, Vilmar Zanchin, do MDB, foi indicado para representar o partido durante o evento. Outro que estaria presente seria Onyx Lorenzoni (PL), porém, foi confirmado pela organização do evento, que devido atividades em Brasília (DF), ele não pode comparecer.
Assuntos como a pandemia, a estiagem e necessidade de investimentos em educação foram pautas recorrentes entre os candidatos. Em clima cordial, alguns participantes de partidos que compõe a base do atual governo, como o caso do Progressistas, do MDB, e do União Brasil, houve promessas de “continuidade” de ações de Eduardo Leite.
Candidato escolhido para tentar a sucessão, Ranolfo Viera Junior destacou medidas como o programa Avançar. Em tom mais forte, Pretto criticou as privatizações, principalmente da CEEE, reforçando falhas no serviço prestado pela atual proprietária. O mesmo tema foi destacado pelo pré-candidato Della Nina.
Nem todos efetivamente estarão no pleito. No entanto, aproveitaram para marcar presença e expor as ideias dos partidos na disputa pelo Piratini. É o caso, por exemplo, de Ciro Simoni, já que o PDT ainda insiste em convencer o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, a concorrer. No caso do MDB, Gabriel Souza só teve o nome oficializado como pré-candidato no domingo (27).
O que disseram os participantes:
Beto Albuquerque (PSB): Colocou a educação como pauta prioritária, trazendo dados como evasão escolar e repetência. “Para onde vamos se não fizermos um pacto para a educação? ”, questionou. Enfatizou a necessidade de investimento na área para qualificar a mão de obra e o empreendedorismo. Propôs linhas de crédito para agricultores para ações contra a estiagem, como criação de microaçudes.
Ciro Simoni (PDT): “De fato, não sou candidato. Estou representando meu partido”, afirmou. Deixou claro que “dez entre dez” pedetistas querem Romildo na disputa pelo Piratini. Ressaltou que pautas como a educação integral fazem parte da política do partido, assim como estabelecimento de comitês regionais de desenvolvimento, prometendo diálogo com as prefeituras.
Edegar Pretto (PT): Afirmou que trabalha em criar uma frente de setores progressistas em torno da candidatura. “Tenho posições claras, não faço política com cartas na manga e sei conviver com as diferenças”, garantiu. Ressaltou que fará diálogo franco e permanente com os prefeitos e propôs a criação do Conselho das Cidades. Criticou privatização da CEEE.
Luiz Carlos Heinze (Progressistas): Reconheceu avanços na recuperação das finanças nos governos Sartori e Leite, mas ressaltou que há uma dívida de quase R$ 90 bi com a União. Prometeu questionar essa dívida e atrair investimentos no setor logístico. Citou projetos federais como a hidrovia do Mercosul. “Isso o senador Heinze já está fazendo. Vamos transformar o Rio Grande do Sul no que ele precisa e merece”, disse.
Luiz Carlos Busato (União Brasil): Ressaltou que fez parte do atual governo e que decisões duras foram tomadas em um momento de pandemia. “Não podemos jogar por terra toda a reforma que foi feita nos últimos anos”, afirmou. Garantiu que o partido conversará com todos os lados para saber o que tem que ser feito. Colocou a educação como prioridade.
Marco Della Nina (Patriota): Lembrou que não tem experiência na vida política e “representa o povo” como líder comunitário. Cobrou redução do ICMS para atrair indústrias e gerar empregos. “Todos os cargos em comissão espalhados pelo Estado irão para rua. Quem tem que fazer o serviço no governo é o funcionário público”, afirmou, chamando a medida de polêmica.
Ranolfo Vieira Júnior (PSDB): elencou medidas realizadas pelo atual governo do Estado, como pagamento de dívidas com os municípios. “Conseguimos sim, virar o jogo, mas ele ainda não terminou”, disse. Citou o projeto Avançar, com o investimento de R$ 5,6 bilhões em diversas áreas. Elencou a educação e o desenvolvimento econômico como áreas a receberem atenção. Prometeu “energia” para “fazer mais do que já foi feito”.
Roberto Argenta (PSC): Prometeu diminuir pela metade o número de secretarias, mas criar uma pasta específica para a irrigação. Propôs vender o Palácio das Hortênsias e outros imóveis do Estados, revertendo para áreas de saúde, educação e infraestrutura. “Serei o governador do emprego. Emprego garante o presente, educação o futuro”, afirmou.
Vilmar Zanchin (MDB): Salientou que ainda estão em processo de definição do nome do candidato. “Já adianto que será uma escolha democrática. Temos plena convicção que será o melhor nome que temos a oferecer”, disse. Afirmou que o MDB fará um governo comprometido com as pautas municipalistas.
Foto: Mauro Shaefer