EDITORIAL

O DESAFIO DE RECONSTRUIR

O povo gaúcho sentiu e pode ver a tragédia que se abateu em mais de 100 municípios que passaram momento desesperadores com a onda de ciclones extratropicais que seguiram ocorrendo ao longo de 30 dias. Milhares de pessoas desalojadas, dezenas de mortos, alguns desaparecidos e a destruição de cidades inteiras como Muçum e Roca Sales. Ainda não é chegada a bonança, mesmo com o frio e sol que surgiram nesta quinta-feira. Ainda há o receio da descida das águas que podem inundar cidades que não foram atingidas com gravidade pelas chuvas.

O mês Farroupilha está sendo ameaçado pelas adversidades climáticas e que para os gaúchos é mais um desafio de tantos que outrora enfrentou na defesa deste chão, que uniu seu povo, sua força e resistiu às agruras que eram impostas. Desta feita o desafio dos farroupilhas é mostrar seu espírito de união, de fraternidade e solidariedade para com os seus. Um estado amado pelo restante do país já desbravado por milhares de gaúchos que estão espalhados de sul a norte. É chegado o momento de repensar as ações que levaram a toda esta tragédia, não em busca de culpados, mas sim de soluções para o futuro e para este presente sombrio que se abate sobre nosso chão.

Deste desastre milhares de estórias estão sendo contadas sobre como muitos conseguiram escapar da morte, de perder uma vida inteira de trabalho sendo levada pelas águas, além de sua estória e recordações que ficarão somente no pensamento e na vivência de cada um.

A mobilização a defesa civil congregando esforços de todos, recebendo voluntários e tendo o apoio dos poderes estaduais, municipais e federal, além e empresas e entidades diversas para que famílias voltem a ter um lar e a ter refeita sua comunidade e assim rever amigos e parentes que outrora pululavam nas ruas em sua convivência.

As empresas de serviços essenciais estão empenhando todos seus esforços para garantir o retorno de atividades e até de sobrevivência de algumas comunidades que ficaram sem água, luz, internet e principalmente comida e onde morar.

O desafio está lançado para os gaúchos e o movimento tradicionalista estão promovendo uma grande campanha de arrecadação de alimentos e tudo que pode ser encaminhado para as famílias que tudo tiveram levado pelas águas. O governo está fazendo sua parte buscando arrefecer a questão de impostos e de poder pagar auxílio a todos os atingidos para reconstruírem seus lares. Centenas de voluntários estão a entregar refeições e a preparar as mesmas para os desabrigados. Mas em meio a tudo isto para amenizar o sofrimento das pessoas, há ações como a da fiscalização sanitária que buscou impedir a preparação de refeições para desabrigados por não atenderem a legislação sanitária, quando nem há o que comer ou onde comer em muitas cidades. É destes “fiscais” que se esperaria que orientassem e até buscassem fornecer o básico para que os voluntários sigam realizando este gesto humanitário.

As estruturas viárias, em especial as pontes foram destruídas e impedem o livre deslocamento das pessoas em busca de ajuda e que poderiam em outro momento contar com o Exército e seu corpo de engenheiros, mas precisou o governo Chinês mostrar o que são nossas forças armadas que estão totalmente desacreditadas. Pior ainda, ver esta instituição que fora exemplar, ter de bater continência a um corrupto e ladrão e que está a destruir a nação que o Exército não defende.

Felizmente o gaúcho não se curva na dificuldade e acredita no patrão “lá de cima” de que a vida importa e que seus irmãos desta brava terra estão unidos em busca de soluções e amenizar o sofrimento daqueles que estiveram vivendo este infortúnio da natureza.

O trabalho é árduo, mas havendo condições climáticas rapidamente as cidades se tornarão canteiros de obras e ganhando vida e vendo seu povo novamente acreditando que tudo pode ser vencido com união e dedicação de todos.